Sê-te a ti
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Pé ante pé eu te procuro,
Diante daquela montanha onde marcho
A cada novo levantar e cair do sol.
Quem serei, não o sei.
Talvez sombra caída das sombras da noite
Ou apenas objeto iluminado pelo sol.
A cada dia o sol morre e nasce,
A luz se transforma em lua pela noite escura.
E, sem minha alma, vou caindo pela colina da vida.
Sou ser que se procura no oceano das emoções.
Vida que vai, e não se desmente.
Um clamar que tanto ama, tanto se mente
Numa tentativa de deixar o mar afogado,
Daquelas mágoas e obscuridades de cada passada.
Renascemos nós, que nem estrelas cadentes.
Somos mar bravio, à procura de porto de abrigo.
Sê-te renascimento, oceano profundo.
Sê-te encontro, perdendo-te de emoções.
Renasce, crescendo. Cai, aprendendo.
A magia da vida se faz do estar-se vivo.
Vive, renascendo a cada dia.
Sê-te vida, encontrada e perdida.