Talvez sejamos um lapso do Universo
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Os nossos papéis brancos enlouquecem à procura de pequenas letras que a sociedade espante sobre nós, para nos encontrarmos, para que deixemos de nos perder ao longo daquele silêncio que teima chamar-nos cá dentro. São vinte de duas horas, com vinte e dois minutos sem que um inspirar o nosso se faça real. Quem somos — cada um de nós -, afinal?
Rogamos pelo clamor das outras sombras que clamam para que o silêncio se pareça mais o nosso… Porque desejamos tanto breves traços pela nossa leve folha de tons amarelos?
Que água foi essa — tão louca, tão insana — que escolheram como chuva?